''Falta maturidade''.


Ana Maria Leal
Ao defender a obra do novo presídio feminino de Passo Fundo a
poucos quilômetros de Carazinho, cuja obra está no sai-não-sai há cerca de 10
anos, o presidente do PSDB/RS, deputado estadual Mateus Wesp, disse que falta
maturidade ao analisar o assunto e que ''achar'' que existe outra área para o
projeto não é o mesmo que ''existir'' outra área.
Ele concedeu entrevista para a Rádio Gazeta AM na manhã desta sexta-feira (19), ciente de que a
cada novo momento em que a retomada da obra é pretendida a reação dos
carazinhenses é em se mobilizar de forma contrária.
''É preciso ter maturidade para compreender que a nova obra
será um investimento para segurança do Norte do estado do Rio Grande do Sul, não
significa dizer, erroneamente, como dizem, muitas vezes, que Passo Fundo quer colocar
os detentos no quintal de Carazinho. Passo Fundo tem hoje detentos de diversos
municípios. Essa divisão, cidade a cidade, é coisa ultrapassada, as pessoas consomem
em outros lugares, as pessoas circulam, a economia é globalizada, os serviços tem
que atender mais do que a particularidades de um município só''.
Questionado do motivo de a obra não ter sido cogitada em
área do estado próximo da brigada militar em Passo Fundo, o deputado respondeu que a
área em questão, perto de Carazinho, é a única em condições e já tem as
licenças ambientais.
''A eventual existência de outra área, legitima por parte da
comunidade que faça a proposição de uma outra área, mas repito o que disse o
secretário Cesar Faciolli (titular da Secretaria da Administração Penitenciária
(Seapen) do estado do Rio Grande do Sul), é única viável em condições de
suportar uma obra dessa envergadura, e a obra já está estabelecida dentro do
que já foi encaminhado ao governo federal, projetos, licitações. Alterações a
essa altura do campeonato levarão a perda de recursos, não é uma discussão
nova, todos sabem que essa discussão permeia nossa região há mais de 10 anos, inclusive,
em outubro, se não fosse uma articulação do estado, corriamos o risco de perder
esse recurso, imagina perder dinheiro num estado deficitário. Uma coisa é
alguém achar que existe outra área, outra coisa, é, de fato, existir uma área
em condições de receber esses recursos. Da forma que se coloca, parece que
governo tentando resolver um gargalo da segurança da região é contra a
população, fica num conflito desnecessário, como se Passo Fundo e Carazinho
fossem cidades antagônicas''.
Segundo ele a primeira cadeia feminina do Norte do estado irá
receber cerca de 70 detentas que estão em presídios masculinos.
''Há contrapartida do governo
do estado mas o recurso é de R$ 8 milhões que estão vindo do governo federal, não
só para Passo Fundo mas para outras regiões do estado que terão cadeias
semelhantes , se o estado do RS abrisse mão seria uma total irresponsabilidade,
o estado não teria como repor esse valor''.
Da parte de Carazinho, após audiência nesta semana com o
secretário Cesar Faciolli uma nova agenda será marcada com o vice-governador ou
o governador Eduardo Leite.
O prefeito Milton
Schmitz, também em entrevista para a Rádio Gazeta nesta sexta, disse que a mobilização pela não construção naquele local vai
continuar e deve incluir, como no passado, apoio político e interrupção da BR 285, onde está a
área pretendida pelo projeto.
(Fotos:
https://www.mateuswesp.com.br e Arquivo Grupo Gazeta).