De Marta a Victoria Albuquerque: a esperança do futebol feminino no país

Kaliandra Alves Dias
“Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim”. A frase dita por Marta, capitã da Seleção Brasileira, após a eliminação diante da França na Copa do Mundo de 2019, trouxe uma mensagem significativa às novas jogadoras que buscam realizar o sonho de chegar à seleção.
Marta, Formiga e Cristiane trilharam uma carreira vitoriosa na modalidade. E poucas pessoas têm conhecimento dos recordes que as três veteranas possuem. Eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, a alagoana Marta se tornou a maior artilheira da história das Copas (incluindo a masculina). São 17 gols marcados – superando o alemão Miroslav Klose, que em 2014 descambou o brasileiro Ronaldo, e marcou o seu 16º gol.
Já Formiga, além de ser recordista em participações das Copas do Mundo (onde disputou a sua sétima edição em 2019), a baiana também se tornou a atleta mais velha a entrar em campo. Aos 42 anos, Formiga disputou o primeiro Mundial em 1995 e ainda gera suspense se estará ou não na edição de 2023.
Cristiane também escreveu o seu nome na história das Copas do Mundo no ano passado. A atacante superou o recorde de Cristiano Ronaldo e marcou três gols na estreia da Seleção diante da Jamaica. Mas além de brilhar nos Mundiais, a brasileira é a maior artilheira do Brasil nas Olímpiadas no futebol feminino, marcando 12 gols. Mas calma aí, quer mais? A dona da camisa 11 tem o seu nome gravado no livro dos recordes das Olímpiadas - já que nas edições de Atenas (2004) e Pequim (2008), Cris encerrou a sua participação sendo artilheira nas duas campanhas.
Mas como destacou Marta, o legado terá um fim. E cabe a nova geração dar continuidade a história que vem sendo escrita no país. Uma das jogadoras que vêm se destacando é Victoria Albuquerque. Com passagens pela seleção de base, a meia-atacante foi convocada à Seleção principal no ano passado, quando disputou o Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino.
Eleita a revelação e a melhor meio-campista do Brasileirão Feminino em 2019, Vic fez uma excepcional temporada. Defendendo o Corinthians, no Campeonato Paulista, a brasiliense foi artilheira com 11 gols e também ganhou o troféu de melhor atacante e craque da competição. No campeonato nacional, além de ter conquistado o vice-campeonato, também garantiu o título da Libertadores com o Corinthians. Na última semana, a jogadora voltou a ser convocada pela técnica da Seleção Brasileira, Pia Sundhage. Grave este nome, pois você vai ouvir falar muito na Victoria.